sábado, 25 de maio de 2013

Fundamentos da Educação



De tanto ler palavras, nunca mais reparamos nas letras. E de tanto ler frases, nunca mais notamos as palavras, com todo o seu mistério” (Veríssimo,2001, 114).

O desenvolvimento humano é um processo fascinante e paradoxal conforme o trecho “De tanto ler palavras, nunca mais reparamos nas letras. E de tanto ler frases, nunca mais notamos as palavras, com todo o seu mistério” (Veríssimo,2001, 114). A construção do saber acontece à medida que interagimos e vivenciamos experiências as quais produzirão aprendizado nas diversas áreas. Um processo com rupturas e reorganizações.
Herdamos uma educação bancaria diretiva, exclusiva, voltada para os interesses de uma classe, herança que trouxe prejuízo para a educação brasileira e conseqüências que repercutem até os dias de hoje. Salas de aulas com carteiras enfileiradas, onde o professor é o centro do conhecimento e os alunos passivos ouvintes, são condicionados a decorar conteúdos e não desenvolver a sua própria identidade.
Ao contrário da proposta da escola nova que provoca o pensar, promove ao individuo a possibilidade de desenvolver sua identidade e se colocar como cidadão com uma opinião formada por si mesmo, pela pesquisa, pela descoberta do saber.
A escola nova promove a construção de um olhar a partir dos fundamentos da psicologia, da sociologia, da história e da filosofia, nos permite a conscientização de que a educação é um direito de todos, e como seres inacabados que somos a cada experiência agregamos conhecimento.
Do ponto de vista do fundamento da psicologia aprendemos que é possível e necessário um diálogo entre a psicologia e a educação, e que a psicologia nos fornece subsídios preciosos para diagnosticar o desenvolvimento da aprendizagem e que o mesmo acontece nas áreas:  cognitiva, afetiva, lingüística, social e motora, ou seja, de forma interligada. O desenvolvimento não é somente o biológico, mas acontece também nas áreas psíquicas e culturais e assim não podemos entender que essas áreas se desenvolvam de forma fragmentada.
            É um processo dinâmico, imprevisível e situado. Marcado por fases que se contrapõem, ou seja, rupturas e constantes reorganizações que cada individuo vai experimentando ao longo da sua vida. Esse processo nunca termina “somos seres inacabados” e vamos construindo conceitos a partir das nossas experiências nas diversas áreas da vida.
            Do ponto de vista do fundamento da historia vimos uma educação que inicialmente era uma ferramenta utilizada para condicionar a população para que se submetesse aos interesses de Portugal, uma situação que se repete ao longo da história. Influenciados pelo iluminismo muitos intelectuais passam a ter uma nova forma de pensar a educação, Marques de Pombal é influenciado pelo Iluminismo Hídrico, com o objetivo de promover uma educação laica que também serviria para atender as necessidades da metrópole. Com surgimento da escola normal as mulheres passam a ter um papel importante na educação.
Na década de 90 acontece a ascensão das políticas neoliberais, que  sugeriam que quanto maior fosse a influencia do estado sobre o povo, maior seria a possibilidade da democracia. A elite brasileira encaminha seus filhos para cursarem o ensino básico em escolas privadas que ofereceriam um ensino de qualidade possibilitando o ingresso dos mesmos nas universidades publicas o que não acontecia com os estudantes do ensino básico publico.
De uma perspectiva neoliberal os sistemas educacionais estão enfrentando uma crise de eficiência, de produtividade e dificuldades para atingir objetivo.
A partir do fundamento da sociologia percebemos que a sociologia da educação surge com uma meta de projetar a melhoria social, no entanto como podemos constatar no fundamento da historia vários fatores tem prejudicado a sociologia de cumprir o seu papel e a meta hoje tem sofrido um declínio, a saber: a burocracia, condições precárias para os professores trabalhar, a sobrecarga de trabalho, alunos que não cumprem seu papel cultural, desvalorização dos profissionais da educação, e etc.
As relações sociais conflituosas em ascensão e as relações de cooperação cada vez mais estão se enfraquecendo, uma maioria de seres adaptáveis que se condicionam a viver a margem do conhecimento, “uma sociedade vazia, sem conteúdos”.
 Concluímos com a contribuição da filosofia que provoca uma discussão e compreensão da teoria e da pratica no contexto da educação brasileira, da relação entre o que se conhece com aquilo que se faz intelectualmente e tirar a essência daquilo o que tem praticado.
            “Creio em seres humanos e educadores que promovem encontros criativos e provocativos, inconformados com a conformidade... Transformar através do conhecimento... da entrega total”  (trecho poesia prof. Paulo Cesar Correa)
           

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